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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

24º Dia



Será que existe competição entre pais com relação ao amor dos filhos? Na real, não sei. mas acho que não é algo difícil de acontecer.

Hoje quando cheguei do trabalho estavam minha mulher e meu bebê na sala, juntinhas. Quando fui em direção a elas dizendo palavras sem tradução de pai bobo recebi em troca um sorriso - que ainda que pareça involuntário em relação ao pouco tempo de vida - me arrebatou de felicidade, orgulho, amor, sei lá... Fiquei amarradão e quase fui às lágrimas - como sempre. Minha esposa, numa brincadeira de ciúmes exclamou: Ah é, eu passo a tarde toda contigo e é pro teu pai que tu sorri!?

Felizmente, esse episódio entre nós não provocou nenhum sentimento que não fosse de diversão, mas entre casais menos equilibrados pode gerar conflito, eu acho.

É óbvio que não é possível medir forças com a mãe, já que ela é a fonte de alimento, primeira referência de afeto e, o "esconderijo" que abriga o bebê por nove meses. E isso é muito. O pai, por sua vez está sempre por perto, mas é mero coadjuvante na relação. Qualquer homem que tenho isso claro, não sofre e aceita a condição sem problemas. Este pai, é claro, nutre uma esperança que no futuro a filhinha o reconheça como alguém bem importante, sem nunca pensar em competir.

Talvez, na próxima encarnação, esse mesmo pai nasça mulher e tenha sua oportunidade. Até lá esse pai não se importa nenhum um pouquinho em ser auxiliar. Embora adore receber um sorrisão como o que eu recebi - principalmente quando a mãezinha tá por perto, hehe

Bjks!

       

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

23º Dia


Gosto de falar sobre o tempo. Vocês não? Essa vida de não fumante me deu uma nova dimensão acerca do tempo e quero dividir com vocês.

Todos já ouvimos falar que "tempo é dinheiro" e é engraçado pq parece que isso é verdade pra muita gente, principalmente no mundo capitalista. Porém, quando se é fumante o tempo se torna barato, pois se uma pessoa para pra fumar e isso leva cerca de 10 minutos, então, se ela fumar 20 cigarros ao dia, irá perder uns 200 minutos do seu dia: mais de três horas. É claro que nem todos param suas atividades para fumar, mas convenhamos três horas úteis fazendo algo inútil contraria qualquer lógica. 

É claro que esse é um papo furadíssimo pra quem fuma, mas não deixa de ser um ponto de vista. 

Ainda sobre a relatividade de valores sobre o tempo, existe o contrário: quem para de fumar pode estar ganhando três horas preciosas do seu dia. Não parece muito enquanto estamos lendo este post, porém quando pensamos em três horas a mais de sono, por exemplo, parece um bom acréscimo. Se o ex-fumante em questão tiver um filho ou filha recém-nascido, saberá exatamente o valor das horas. Não somente das horas de sono, mas principalmente daqueles em que se passa "namorando" o pimpolho em dias de inocência que jamais voltarão .

É, amigos, nada como o tempo... e olha que o nosso tá passando a jato. Daqui a pouco temos aniversário de um mês - que beleza!

Té mais. 
  

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

22º Dia


Hoje vendo minha bebê tomando mamá, com a paciência de quem todo tempo do mundo, refleti: de onde vem a urgência em tudo o que fazemos? Você, por exemplo, deve ficar impaciente quando seu browser leva cerca de três segundos para lincar aos site que vc procurar: somente três segundos?!

Lembra qdo vc enviava cartas? ou nunca o fez? Se lembra, sabe o que o tempo é capaz de fazer; como encurtar em todos os sentidos... e nós, fiéis seguidores, nos tornamos reféns deste encurtamento. 


Lembrei, enquanto contemplava o "jantar" da minha linda, da minha outra filhinha, esta canina: Mary Jane. Ela foi o primeiro ser vivo que me fez, um velho ansioso, pensar sobre o valor do tempo. Qdo saíamos pra passear, em meus intervalos de almoço em que ia pra casa, ela, xereta, simplesmente era compelida a cheirar toda e qualquer coisa que havia pela frente, inclusive a bunda de seus "colegas" como se a cada cheirada houvesse algo para aprender. A cada parada dela, eram gastos meus preciosos segundos e ela nem percebia o quanto eu ficava irritado. Até que um dia comecei a apreciar seu jeitinho de curtir os poucos minutos de liberdade assistida e aproveitar sua vidinha fazendo o que mais gostava.

A Claudinha tem 22 dias e minha primeira "filha", uma Cocker lindinha, hj está perto de ser idosa, com seus 13 anos de idade. De comum entre as duas está o amor que sinto e que sempre vou sentir por elas e, mais importante, a lição: é com tempo que aprendemos de tudo. Se não soubermos usá-lo, não aprenderemos as coisas mais simples, que, como para os cães, estão logo abaixo do nariz.  

Essa é pra minha velhinha que não sai do meu coração nem da minha memória, como minha filha.

    

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

21º Dia


As aulas estão acabando - finalmente. Pra quem não lembra, eu sou professor e mesmo assim sou feliz, hehe. Sou feliz por trabalhar com meu intelecto, não ganho mal e não trabalho como escravo. Antes que alguém ache que tenho a vida ganha, me permitam narrar alguns detalhes dela.

Lembro que quando tinha 13 anos, idade em que comecei a trabalhar limpando pátio dos vizinhos e conhecendo o valor do dinheiro, tinha convicção que desenvolveria uma carreira profissional voltada às ciências humanas. De fato, pendia entre jornalismo e direito. Depois de uma conversa com meu pai, aprendi que direito eu teria de fazer mais coisas que iriam de encontro a meus princípios do que jornalismo. Por isso optei pelo segundo.

E assim foi. Aos 17 anos estudava jornalismo e aos 19 cursava Letras Português em paralelo para aprender a escrever bem. Aconteceu que entrei para o serviço militar, estudei um pouco e aos 20 anos de idade eu era Oficial da Polícia do Exércíto Brasileiro. Nada a ver com minha formação, sobretudo vivendo em dias de rescaldos da ditadura. Apesar disso, estes foram tempos fáceis e que me permitiram estudar, fazer muita festa  e ter um bom dinheiro no bolso já no começo da vida adulta. 

Passaram-se 4 anos de milico e eu já não aguentava mais a vida fácil de funcionário público. Sendo assim, me faltava algo do tipo aprender Inglês e cohecer outro país e foi o que fiz: New York City!!! Por minha decisão intempestiva, perdio direito a uma gorda indenização do Exército, comprei uma passagem com validade de 16 dias e fui viajar sem falar uma só palavra que fosse compreendida por outros em Inglês. Só assim, na necessidade, eu teria um aprendizado rápido e eficiente. Com 3 mochilas nas costas, com roupas de todas as estações, desembarquei em fevereiro, em meio a neve de 40 cms, em NYC com a cara, a coragem e 2.000 dólares. E foi o melhor que fiz em mnha vida.

Voltei falando um belo Inglês após um ano de experiência, alguns meses na escola e algumas namoradas que foram as melhores professoras. Porém, cheguei em Porto Alegre sem grana, sem emprego e com uma puta vontade de voltar a viver meu sonho americano. Resisti e de emprego em emprego comecei a dar aulas de Inglês numa escola de idiomas. Gostei pra caramba daquilo.

Um problema é que a grana não era boa e, com poucas alternativas e sem condição de voltar pra universidade, fui ser funcionário público outra vez. Na época eu tinha 25 anos e estava longe de me formar em jornalismo. A idade começava a me pressionar a iniciar uma carreira, por isso pus em prática um plano de sucesso: estudar japonês - que era a língua do momento - e entrar pro jornalismo esportivo pra cobrir a copa do Japão/Coréia em 2002.

Enquanto punha em prática o plano, recebi uma ligação telefônica que me convidada pra fazer um teste em um curso Pré-Vestibular de Porto - o maior da cidade. Nem acreditei, mesmo assim fui e fiz o teste. Passei e aos 27 anos troquei o curso de jornalismo na penúltima fase pelo curso de letras Inglês. Passei pelo mestrado em Linguística, recebi outra ligação telefônica convidando pra dar aulas em um bom curso de Florianópolis e aceitei. Abri meu próprio curso pré-vestibular com amigos, passei por duas especializações - Psicopedagogia e Marketing -, estou entrando no segundo ano da minha escola de Inglês e... NUNCA PLANEJEI NADA DISSO.

Estou longe de ser bem sucedido, mas acho que em breve serei - até pela motivação atual. Mas falei tudo isso por que pensei no início do post em falar sobre o que penso sobre a vida profissional da Claudinha e , só agora percebo, que eu iria perder o meu tempo e gastar o tempo do leitor.

É incrivel como sabemos tudo sobre o passado e não podemos fazer nada em relação a ele. Por outro lado, não sabemos nada sobre o futuro e podemos fazer tudo em relação a ele, mesmo sem o planejarmos. Legal, né?   

Bom findi!           

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

20º Dia


Cara, nos últimos dias tenho sido meio ilógico em meus pensamentos, mas de uma coisa eu sei: meu anjinho chegou e pousou no meu ombro de vez. Sabe pq eu sei disso? Pensemos juntos.

Nos posts anteriores eu falava em ansiedade e em parar de fumar e sobre como eu tenho conseguido estar sem cigarros e reduzir minha ansiedade. Isso, no  mínimo, parece incoerente, pois já falei pra todos sobre a carga de responsabilidade que se abate sobre pais incipientes. Ela é grande e gera certo receio sobre como o futuro vai nos receber.

O que ocorre é que junto da responsa vem a luz; quer dizer, a pitika chegou e simplesmente blindou tudo o que antes parecia importante em meus pensamentos. Daí, concluímos que eu pensava muita merda desnecessária, além do que, as razões de viver e as direções do pensamento de hoje vão no sentido contrário dos negócios, do estudo ou de outra paranóia qualquer.

Enfim, acho que devo seguir preocupado com a carreira, os negócios e tudo mais, mas que a vida tornou-se - ao contrário do que eu imaginava - muito mais leve. Por essa razão, cigarro, bebida e planos exagerados não tem mais o espaço que tinham em mim, embora não tenham perdido a importância.

Só que agora, amigos, a palavra importância é que mudou de significado e, por enquanto, ela se chama Claudinha.

Áh, e esse processo de mudança talvez se chame "maturidade". Nada mal chegando aos 40, né?

Bjo!          

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

19º Dia


Depois de fundar o PPP - vide dois últimos posts - pensei melhor a respeito da bandeira que o partido defende. Afinal de contas quem é contra o consumo de produtos da moda, por exemplo, não tem como justificar o fato de gastar 18 anos de vida e de MUITO dinheiro fumando uma droga chamada Marlboro, né? 

Aliás, acabei de calcular o que deve ter sido gasto por mim nestes últimos 18 anos. Pelo preço de uma caixa de cigarros de hoje, multiplicado por 30 caixas ao mês e vezes o número de meses de 18 anos... estão preparados: mais de R$ 29.000,00. Ou seja, uma bela entrada para compra de um casa própria que já tive e hoje não tenho mais e corro insanamente atrás.

É amigo, quer saber de PPP? Eu não, pois não tenho moral pra isso. Pelo menos parei em tempo de raciocinar e não dar o exemplo pra minha filha nem passar mais vergonha na rua sendo um fumante fedorento, burro e doente - que é como a Organização Mundial da saúde considera os fumantes. Como meu pai dizia: "errar é humano, mas persistir no erro é burrice".

Quero dizer, por fim, que não tenho argumentos para fazer com que minha filha não se deleite diante dos prazeres "impostos" pela mídia e aceitos por nosso livre arbítrio. Posso sim educá-la de modo a saber escolher o que é saudável pro organismo e pro bolso dela, além do que é possível ser feito neste ou naquele momento da vida. Pois parece que este é um dos propósitos da educação e um dos desafios gostosos que quero enfrentar e tento estar cada vez mais preparado.

Quanto ao PPP...era brincadeira e nunca foi uma utopia. Como dizia Raulzito, "Faz o que tu queres,  pois é tudo da lei", em Sociedade Alternativa, mas faça com responsabilidade sobre sí e os outros, tá?

Boa noite!!!  

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

18º Dia


Olá amigos! Ontem após o post contrário ao consumo de Mac Donald's recebi centenas de mensagens a favor da idéia de criação de um Partido de Pais com o objetivo de combater o consumo desenfreado de sanduíches feitos de minhoca... Na real estou mentindo.

Sofri, é verdade, algumas críticas de leitores sobre meus devaneios. Todos afirmaram que é impossível evitar que a Claudinha seja cliente da lanchonete do Seu Ronald. Eu ainda acho que sim, mas na real não sei como isso pode acontecer, tampouco sei se farei algo pra evitar. 

Tá bom. Eu comi Mac Donald's três vezes até hoje na vida e não é tão ruim. Na real até que é bom, mas É CARO DEMAIS!!! O que eu não quero fazer é gastar meu pouco dinheirinho, caraca. Até minha mulher tá contra mim nessa luta. Quer ver no dia do "Mac Dia  inFeliz": vamos ajudar as criancinhas, amor? Ouvir da minha própria esposa e aliada isso, racha meu pobre coração. Mas não desisto!

O problema não é apenas o Mac Donald's, mas tudo o que é "obrigatório" para crianças, adolescentes e até adultos, que é caro pra caramba e nos deixa - do Partido dos Pobretões de Plantão - de saia justa pq não queremos gastar tanto por algo que pode ser comprado por muito menos.

Siga os exemplos: vc encontra um cachorro quente muito melhor do que o Mac Donald's aqui na esquina de casa por R$ 2,50 ou seja 5 vezes mais barato do que um Big Mac ou um tênis Abibas que é muito mais resistente do que um Adidas e custa 4 vezes menos e ninguém percebe a diferença na logomarca, né?

Falemos sério, amigos do futuro maior partido do Brasil, PPP - tbm conhecido como Partido dos Pão-duros de Plantão, não vamos nos entregar. 

Viva o Paraguai! Viva a China! Vivam os genéricos!!! 

Vivam os pão-duros, hehe!

         

domingo, 13 de dezembro de 2009

17º Dia


Você tbm acha o natal um saco? Sei lá, pra mim natal já foi legal. Hoje é festa que vc tem de ir aqui, presente que tem de comprar dali, filas, preços altos, shoppings e um bando de gente mal educada se acotovelando em corredores de lojas. Acontece que estamos em dezembro e é inevitável pensar no que acontecerá em poucos dias.

Lembrando do estresse, reparei no que é alegria para minha filha: 100ml de leite a cada 3h e pronto, é pura felicidade e sossego. Nada de presentes caros, de grife, da moda ou blábláblá.

Alíás, Poli, Mac Donald's, Barbie ou o que valha não entrarão nesta casa nem no natal nem no dia do São Nunca!!! Isso não é, obviamente, uma promessa, mas uma intenção - pelo menos por hoje.

Gostaria até de criar uma campanha para pais que não querem que seus filhos sucumbam aos apelos comerciais dos grandes grupos econômicos mundiais: MEU FILHO NÃO COME MAC DONALD'S, por exemplo. O que vc acha???

Sairíamos em passeata pelo centro da cidade gritando palavras de ordem contar as bonecas, as roupas de marca e os fast food e teríamos uma multidão de outros pais incorporando o grupo e em seguida seríamos a maior concentração de pessoas - jamais vista nessa cidade - com o propósito mais nobre - e econômico - do planeta. Subitamente, surge ao final da larga avenida, tomada por pais exitosos em sua contenda, um outro grupo de pessoas que não parava de crescer. Eram muitos, porém eram todos baixinhos. Gritavam alto e avançavam em nossa direção. Todos, sem exceção, vestiam camisetas vermelhas com escritos em amarelo e traziam na mão esquerda um sanduíche e na direita um copo gigante com um líquido denso dentro. Da batalha só lembro que nossos opositores tinham em média 12 anos de idade, pela aparência, porém estavam irados e procuravam pelo líder de nosso grupo. Uma das crianças correu em minha direção e arremessou com violência um sanduíche que pelo que vi continha queijo chedar. Tive tempo de virar o rosto rapidamente, gritar de susto e, ao abrir os olhos, perceber minha mulher sorrindo perguntar: tava sonhando?

Acho que que sonhei. Mesmo assim vou lutar com "unhas e dentes" pra evitar que minha filha seja adepta à modismos. Se eu perder, espero que até lá os chineses se encarreguem de inventar modismos genéricos e um pouco mais baratos.

Eu hj viajei né? Mas será que só eu penso assim?

Junte-se a mim, hehe   

sábado, 12 de dezembro de 2009

16º Dia


Qual é o resultado da mistura de uma filha de mãe paulista, pai gaúcho e que nasce em Santa Catarina? Mané, é claro, seu istepô!!!

Pois é, hoje me veio à cabeça algo que eu pensava num passado não muito distante: catarina, oh racinha danada! Falo isso sem vergonha de confessar e acho que tenho uma explicação pra isso, não uma justificativa pro velho preconceito.

O povo nascido no estado mais ao s(c)ul do país, chamado de gaúcho traz em sí um orgulho exagerado e junto disso um bairrismo que não se justifica de modo algum.

Quanto ao orgulho, alguns dizem que somos o povo mais politizado do Brasil, outros afirmam que falamos a língua portuguesa com mais correção do que os demais brasileiros. Tudo bem, mas quem afirma isso não conhece os gaúchos que eu conheço... e que andam pelo estado fazendo as merdas comuns a todos e falando português de qualquer jeito - qto a esse último, não vejo qualquer problema.

Já o bairrismo, falando sério, acho que é pq como somos o estado mais abaixo do mapa brasileiro e por não termos uma terra muito rica em belezas naturais, não estamos acostumados com a visita de muitos turistas e por isso estranhamos aqueles que falam chiado ou diferente da gente. Por essa razão, acho que nosso bairrismo se deve mais ao nosso "bicho-do-matismo" do que um especial amor por nossos pagos.

Por falar em amor, na minha cidade dizem que há dois tipos de porto-alegrenses: aqueles que querem morar em Floripa e aqueles que já vieram morar aqui, e acho que isso é verdade. há um terceiro tipo que são os que vieram morar aqui e que perceberam que a "Ilha da Magia" oferece encantos pra quem tem dinheiro pra pagar por eles. Do contrário, viver na capital dos catarinenses é morar no paraíso e viver no inferno. Bem diferente do romantismo nutrido pela galera de porto - e olha que o número de gaúchos que ainda vivem aqui é grande e, talvez, igual ao número de pessoas que vieram, viveram e voltaram pros pampas.  

Bem, o fato é que vivo aqui há 7 anos que não são nem os melhores nem os piores da minha vida. Não pego onda todos os dias como sonhara antes de vir e trabalho bastante pra poder usar do conforto que a cidade oferece. Que ela é linda, isso é desnecessário dizer, mas tenho certeza que há 16 dias dias ela é ainda mais atraente e feliz.


Parabéns ao "manezês" da minha filhinha! É com muito orgulho e honestidade que digo isso depois de conhecer o valor dessa gente. Apenas gostaria que ela não torcesse nem por Figueira nem por Avaí, mas que seguisse amando e sofrendo o time do pai dela.

Dá-lhe Grêmio!!!        

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

15º Dia



Paternidade, pelo que vcs andam lendo aqui, é uma fase linda, né? Porém, amigos, pressupõe responsabilidade, desapego e muita generosidade - e eu não sabia o quanto.

Lembro a todos que o princípio deste blog é deixar um relato diário pra Claudia de tudo o que sinto e penso nesses primeiros 365 dias dela e, por isso, serei, as vezes, pouco discreto em relação a minha vida pessoal. Não fosse assim, a história da Claudia seria ficção.   
                                                                          
Falo em responsabilidade pq, mesmo sabendo com nove meses de antecedência que alguém está chegando, vc não se prepara o tanto necessário pra tudo o que ser "pai" requer. Prosperar no trabalho, por exemplo, não é uma opção. Do contrário, é uma obrigação - pelo menos pra mim. O legal é que Deus dá o frio conforme o cobertor e espero que os negócios acompanhem minha felicidade e...necessidades.

Ao mencionar aqui o termo "desapego" não enalteço bases Budistas, mas puramente do fato de eu ter de deixar de ser o egoísta que fui até hj. Não estou me defendendo, mas o leitor pode entender egoísmo não  como uma atitude negativa em relação ao outro, mas diretamente negativa em relação a quem a pratica. É difícil não ser egoísta, principalmente em relação ao tempo que gosto de dedicar pra minha individualidade... ou gostava. Mas como o cigarro foi, esse sentimento tbm tá indo.   

Por fim, falar em generosidade é dizer apenas que quem ama um pedacinho daquele tamanho que chora quando quer, cospe longe a bendita chupeta quando dá vontade, solta peidinho e peidões na cara do pai sempre que ele tá agachado a limpando ou acorda e deixa todos saber que quer atenção... bem, amor incondicional - termo desconhecido até 15 dias atrás - é generosidade e sem o menor interesse que não seja o de agradecer o fato de ter uma filha tão pequeninhinha e tão poderosa.

You live, you learn!!!    

  

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

14º Dia


Não sei se vocês concordam, mas um dos mais fortes motivos que levam uma pessoa a fumar é tentar gerenciar sua ansiedade.

Pra mim, uma das boas coisas do mundo pós-Claudia foi levar a vida de maneira mais calma e tranquila. Por essa razão é que estou levando o fato de ter parado de fumar numa boa. Aliás, numa MUITO boa.

No mês anterior à chegada da Claudia uma das coisas que mais me estressava era pensar que eu não conseguiria abandonar o cigarro após o nascimento. Confesso que ainda tenho medo e até sonho com isso, mas vou resistir e não vou dar a ela o desgosto e o mau exemplo de voltar a fumar e isso é uma promessa em nome de meu pai e dela.

Mas a conversa é sobre ansiedade e uma boa terapia pra combatê-la é trocar a roupinha do bebê. Amigo, não sei pq, mas os estilistas conseguiram criar modelitos que são à prova de abertura e quase impossíveis de serem vestidos na criança sem que a gente suspire, conte até dez e reinicie. Afinal de contas, as roupinhas e acessórios além de nomes esquisitos, também têm uma infinidade de botõezinhos que... báh!

Além disso, esperar os 10 incontáveis minutos que o bebê leva até arrotar depois de mamar - sobretudo de madrugada - tbm ajudam a controlar a pressa em voltar pra cama e fazem você passar os dias com um sono que só permite você executar o que tem pra fazer ao logo do dia e nada mais. Ou seja, você aproveita melhor seu tempo e nem pensa em perdê-lo com bobagens, por exemplo,  fumando. 

Então, pra quem quer gerenciar o estresse e a ansiedade fazer um filho pode ser uma boa terapia. Mas não esqueça que as razões para ficar grávido tem de ser muitas vezes maiores do que essas, certo?

Abraço!!!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

13º Dia


Alguma vez sua avó lhe disse: põe o cachorrinho no chão, se não tu vai "pestiar" o bichinho? A minha vivia dizendo sempre que havia um cachorro novinho por perto. Confesso que aquilo me grilava, porque eu não entendia como eu poderia contagiar o cachorro com uma "peste" que viesse de mim... 

Levei anos até entender que o termo pestiar se referia a nada mais do que mimar. Pois bem, essa é a questão de hoje. 

Antes de ser pai eu dei a mim mesmo o título de "tio mais sem graça do mundo". Não só por achar que meu sobrinho pensa isso, mas pq penso que todas as crianças que já me conheceram até o nascimento da Claudinha não tinham a menor simpatia por mim. E o pior é que eu tb não tinha por elas.

Enfim, tudo mudou e bem rápido pós-Claudia. Ainda acho que não aprendi a ser carismático com as crianças, porém hj já consigo achar bebês bonitos, gostosinhos e queridos. Minha filhinha então, nem se fala.

Pois é. Falo tudo isso pra dizer que acho que estou pestiando minha filhinha - como dizia minha vó - e do pior jeito. Mas é inevitável!!!

Azar... dizem que quando ela casar sara??? Ou alguma coisa parecida. Não vou me preocupar até pq se vcs acordassem pela manhã e a pusessem do ladinho de vcs e escutassem a musiquinha que ela faz antes de voltar a dormir, me entenderiam.

Té mais!      

  

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

12º Dia


Fala galera! Os últimos post foram meio sérios de mais e por isso vamos a algumas amenidades, que embora recebam esse nome, não são nem um pouco desimportantes. Falo aqui de QUARENTENA.

Amigos, sexo é bom pra todas as pessoas, independente de gênero ou preferência, mas depois do advento "barrigão" ao qual aprendemos a superar, vem um período que eu pensava fosse fiél ao nome ou seja de 40 dias. O caso é que não são apenas 40 dias, mas alguns mais dependendo da cicatrização dos pontos...

Putz, é duro, mas faz parte.Um grande aliado nosso é o tempo que está voando. Outro, é o chorinho que acontece a cada momento em que eu e minha mulher pensamos em nos aproximar - e que é pura coincidência, de novo.

Áh, mas há alguns recursos a nosso favor. São eles a criatividade, a paciência e, é claro, o amor.

E os dias seguem "tranquilamente" sendo contados na palma da mão, quer dizer, nos dedos da mão, hehe

Valeu, queridos leitores!!!

  

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

11º Dia


Sabe quando o consenso vira polêmica? Vou tentar explicar. Tudomundo sabe que a mãe deve amamenar seu rebento até os seis meses de idade, certo? Entretanto, há algus fatores que devem ser lembrados para satisfazer essa máxima. 

É importante saber se esta mãe aprendeu a amamentar logo na primeira mamada e saber se a experiência rendeu ou se provocou algum tipo de pequena lesão na mama. Vale dizer que o papo aqui não é nada técnico, apenas a impressão de um marido atuante e participativo nos dias e noites de amamentação. Se as primeiras mamadas forem bem sucedidas: beleza. E, se não... bem, então, segue-se tentando até que o bebê atinjir a embocadura correta e seguir assim.

Pois, se a história não for bem essa e, ao contrário, a mãe se sentir machucada a cada vez mais? Aí, amigos, apela-se pra mamadeira intercalada com o seio, ok? Sim, mas se o seio ainda não estiver indolor, continua-se com a mamadeira que torna a mamada bem mais simples pro bebê e facilita a vida da mãe e do pai. 

Todo o relato acima pode ser verdadeiro e levar pais e bebê a trilhar por um atalho que mais tarde pode levar à rejeição ao seio, ao esgotamento do leite, à consequente substituição do leite materno por um leite artificial ou coisa do tipo até chegar à baixa imunização do bebê pro resto da vida em função de uma conjuntura que pode ser bem traiçoeira.

Não sei se fui claro nas colocações, tampouco afirmo que esteja vivendo esse drama. Isso me parece ser um dos problemas entre mãe, pai e filho que pode acontecer facinho caso uma série de fatores comuns ocorram.


Comecei o post falando de polêmica, embora não tenha querido ser. Trata-se de manter a amamentação no seio  a despeito das dores e ferimentos ou "sucumbir" ao uso da mamadeira e correr o risco de pouco mais tarde perder a opção de dar de mamá com leite materno e valer-se de suas vantagens.

Se alguém ai tem alguma experiência pra dividir será muito bem vinda pra minha curiosidade e, talvez, pro bem de muitos outros pais de primeira viagem.

Conforme parece, nem tudo é festa e qualquer bobeira pode virar um grande arrependimento no futuro.

Obrigado pelos ouvidos (ou olhos)!!! 

domingo, 6 de dezembro de 2009

10º Dia

É impressionante o que o sono pode fazer com a gente, né? Outro dia, depois de trocar a Claudinha no meio da noite fui acordado por minha mulher, dormindo no sofá da sala. Por que? Não tenho nem idéia.


Não quero dizer aqui que nossa pitika incomoda ou não nos deixa dormir, em absoluto, mas o fator "reloginho biológico" depois que fica bem ajustado não dá chances: a cada três horas tem ué, , ué, ou coisa parecida. Daí, acorda um pra cá, outro sai correndo pra outro lugar até despertar, perceber onde a bebê está e começar a raciocinar. Ontem depois de dar de mamar, por exemplo, "escondi" a mamadeirinha suja no congelador, na maior naturalidade... coisas do sono.

Tem, tbm, o fato de ela mamar pelas 10 da noite, depois à 1h, 4h e 7 h da manhã. Então, acordo pra trabalhar feliz da vida, mas com uma cara de quem foi atropelado por um trem. 

Mas se a uva passa, o sono também (piadinha de quem recém acordou e ainda tá com sono).

São 8 horas da manhã e vou dar mais uma dormidinha, já que hj é domingo.

Boa noite amigos!  
       

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

9º Dia


Cara, já percebeu o quanto um bebezinho mama? Pois é impressionante ver que um"bichinho" de 3 Kg mama cerca de 20% do seu peso por dia... é pouco? Então compare um sujeito de 70 Kg comendo, ou melhor, bebendo 14 litros de leite por dia. Vá ser mamífero assim...


Mamar tem suas implicações, como xixi e coco - acho que depois da reforma ortográfica ambos são sem acento, né? Por sua vez, xixi e coco necessitam de fraldas: $$$$ Amigos, R$ 0,50 por fralda da Mônica (não sei pq não pode ser outra? Outro dia comprei fraldas da Magali e quase apanhei: "Seu pão duro!" - fui taxado) vezes 8 fraldas por dia é igual a R$ 4,00 de xixi e coco na cesta do lixo! Bem, é exatamente o preço médio que pagava por carteira de cigarro. Então, ficam elas por elas. Mas eu ainda prefiro as fraldas de pano, só lavar e usar...


Hoje a dona da casa teve um folga. Minha mulher voltou "finalmente" ao Shopping, hehe. Mentira, a coitada depois de 9 dias de regime semi-aberto foi passear. Desinchada, bonitona e com cheirinho de mofo... tadinha, esse começo é foda.


Eu, neste momento estou a sós com minha pitika - dando de mamar e escrevendo. Acho que, inclusive, fiz o mama mais frio do que o que "a mamãe faz pra mim", mas mesmo assim queimei os dedos ao esquentar o leite. Antes um pouco, qdo precisei ir ao banheiro, ao me preparar junto ao vaso sanitário ouvi um chorinho. Parei o que tentava fazer, lavei as mãos e pus a chupeta na Claudinha. Voltei ao banheiro, meio apressado e, novamente, o chorinho e eu voltando pra atendê-la. Repeti isso mais duas vezes até leva-lá junto ao banheiro. Sabe, não tenho mania de perseguição, mas parece que ela espera a hora certa pra chorar... Não! É pura coincidência.


Agora, fazer xixi quando troco as fraldas justo na hora em que passo hipoglós na bundinha dela. "Isso é de propósito", hehe, mas cada dia eu a amo mais.


Agora tenho de ir, pq vou trocar as fraldinhas de novo, torturá-la, ou seja dar banho, e seguir na minha função de pai e MÃE!!!


Bjos!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

8º Dia




Meu aniversário

Você já recebeu uma ligação telefônica tarde da noite? Eu já. E era uma má notícia. Na real uma triste e horrível notícia.

Estávamos em 24 de novembro de 2001. Meu primeiro casamento quase acabando - e naquele dia a um fio, pois eu passara a noite fora de casa -, meu pai doente com efisema pulmonar e minha carga de esperanças chegando ao limite mínimo. Esse era o quadro.

Aconteceu que pelas 10 da manhã eu fui visitar meu pai na UTI de um hospital público de Porto Alegre e o vira fazendo um força descomunal pra respirar, acho que estava inconsciente, e estava em meio a uma crise (?) de embulia... quem me disse foi o médico. Perguntei se era sério e ele me disse: vamos ver...

Lembro que sai dali atordoado, fui à capela rezar e vi minha fé despencar sobre o chão. Já não tinha forças pra me enganar sobre o destino de meu pai. E havia dois culpados por aquilo: ele próprio e o cigarro. Independentemente dessa certeza, acendi um cigarro e fui pra casa.

À tarde lembro que fui até ao estúdio de TV local para gravar dicas sobre o vestibular UFRGS e sei que quem depois assistiu a gravação perguntou: cara, pq tu tava com uma cara de bunda na TV? A resposta pra vcs parece óbvia agora.

À noite, pra "comemorar" o aniversário fizemos um churrasquinho com minha mãe - separada de meu pai há 12 anos -, minha ex-esposa, meu padastro e a Mary Jane - minha primeira filhinha (cadelinha Cocker) que um dia vcs irão conhecer - e eu.

23h47m e o telefone toca. Minha mãe atende, começa a chorar e me abraça pra dizer o que eu já sabia...

O cigarro vitimou meu pai, naquele dia, o dia do meu aniversário.

Parece estranho o que pensei na época, mas diante do sofrimento que testemunhei naquela manhã de sábado no hospital meu pai deu um presente pra ele, pra mim e meus três irmãos deixando a vida assim de súbito (embora já estivesse no hospital há 10 dias, não passava na cabeça de ninguém , ou talvez só na minha, que ele viria a morrer) para aliviar a sí a todos... É estranho pensar assim, mas pensei.

Passados nove anos, me mantive fiel a uma merda chamada Marlboro, mesmo depois de toda a experiência com meu pai. Só tive motivação e coragem suficientes pra parar com isso devido a minha pitikinha. Meu pai, que brincava dizendo que os filhos dele eram incompetentes pois só tinham filhos caninos, não teve tempo de conhecer em terra a Claudinha. Ela, por sua vez, poderia ter nascido no dia 24 de novembro - meu dia e de meu pai -, mas não nasceu.
De qualquer modo, quando deu seu primeiro chorinho em minhas mãos acho que ninguém no centro cirúrgico reparou quando a ergui e a mostrei pro seu Cláudio, em uma homenagem à vida:

Taí, paizinho, a tua neta!!!

Té a próxima.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Trilha sonora

Véspera do nascimento
Ao levantar da cama pelas 10h, no último sono longo que tivemos, a primeira coisa a fazer foi checar o emule pra ver se a música da "pequena" tinha sido baixada: SIM! Minha mulher despertou com ela e ouvimos mais uma vez, e outra, mais uma até umas duzentas vezes. Chegou o fim do dia e o começo da madrugada e choramos juntos antes de dormir ouvindo a música que representava nosso momento e a trilha sonora escolhida por nós para Claudinha.

Acho que foi escrita por Orlando Morais - marido da Glória Pires - e foi gravada tbm pela Cidade Negra, embora a versão dele seja linda linda e a letra diz assim:

Firmamento

O que que eu vou fazer agora
se seu sol não brilhar por mim
num céu de estrelas multicoloridas
existe uma que eu não colori

Sorte, sorte na vida
filhos feitos de amor
todo verbo que é forte
se conjuga no tempo
perto longe, onde for

Você não sai da minha cabeça
e minha mente voa
não sai, não sai , não sai...

E não sai mais mesmo, hehe.

É isso, tente achar esta versão e ouçam. É inpiradora, e cuidado! Vc é bem capaz de querer fazer um filho só pra vc, hehe.

Abraços!!!


assistam:
http://www.youtube.com/watch?v=b516MTjfL1s